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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A mulher tem medo de ser assaltada, sequestrada e estuprada...e o homem do que tem medo?

Não vou mais falar do caso envolvendo Daniel e Monique do BBB 2012, mas sim porque esse caso, apesar de vir do BBB, me chamou tanto a atenção. Nós mulheres somos criadas numa sociedade extremamente repressora e opressora, e por mais que tentem aplacá-la, o tabu que existe em volta do ato sexual  é absurdamente demasiado, afinal fomos ensinadas que para ser a mulher ideal e admirada, temos que rejeitar o sexo, temos que ser detentoras de um discurso que para que uma mulher goste de sexo, ela tem que ser no mínimo puta, afinal se ela for corajosa suficiente e disser em um ambiente público o quanto o sexo para ela é importante, é bom e vital, a maioria que estão ali não vão conseguir olhá-la com o respeito que deveras merece, porque afinal, "que mulher proclama uma coisa dessa?" Bem, além de sermos reprimidas, ainda podemos ser vítimas de abusos sexuais, violências múltiplas contra nosso corpo e nossa mente, pois o abuso não ocorre só com o contato físico, ele ocorre quando passamos pela rua e sentimos as mais diversas manifestações de violências, como ser chamadas de gostosas, delícias, etc. É como se nós não tivéssemos o direito de escolher de que maneira queremos ser tratadas, essas manifestações são altamente gratuitas e violentas, e eu sinceramente não consigo imaginar coisa pior que essa, sem contar o ambiente de trabalho que muitas vezes somos forçadas a vivenciar situações absurdas porque precisamos de um emprego, até mesmo como forma de não ser sustentada por terceiros, pois se ficamos em casa à mercê do provimento do homem, também aceitamos uma forma de violência. Na questão física, é muito difícil para a maioria das mulheres aceitarem a liberdade do seu corpo, que ela pode se envolver sexualmente com alguém, e além da força interior que ela é ensinada a ter para rejeitar o ato sexual, há uma força externa para obrigá-la a aceitar, pois se damos liberdade ao nosso desejo sexual, somos alvo de preconceito, se nos podamos, também o somos, na verdade a sociedade machista pede uma mulher hipócrita, onde na rua seja uma "lady" e em quatro paredes uma "leoa sexual", mas ninguém pergunta que mulher de fato queremos ser, e se de fato esse mérito da questão cabe a alguém questionar ou definir. Eu li uma vez em algum lugar que o homem quando sai nas ruas ele tem medo de ser assaltado e sequestrado, e a mulher tem medo de ser assaltada, sequestrada e estuprada. Sugiro uma reflexão a despeito dos acontecimentos televisivos, e não deixemos o que realmente é importante cair em banalizações....

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