Isso me interessa!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A elitização do professor nas universidades!

Dias atrás conversando com um professor, e com quem faço atualmente um trabalho temporário, ele me disse que não pretendia mais ensinar, que é estressante, e me deu vários argumentos. E nisso eu senti orgulho de mim mesma ao dizer que eu quero ensinar, que na verdade era a única vocação que tinha, porque nenhum outro trabalho me causava a sensação de realmente estar fazendo a diferença, mas que eu queria ensinar em universidade. Bom, refletindo sobre isso, comecei a perceber o quanto eu não sou diferente de ninguém, porque na verdade ensinar em faculdade é fácil. Você só precisa terminar a graduação com um mínimo de neurônio, depois fazer uma pós graduação, o que às vezes algumas faculdades, inclusive públicas aceitam formação em latu sensu - especialização, aperfeiçoamento, com duração de 18 meses e o estudante recebe certificado - , se tiver formação em scricto sensu - mestrado, com duração em média de 24 meses, e o estudante recebe diploma -, melhor ainda.....é preferível ser diplomado em algo, do que só ter uma mera certificação. Mas voltando, já estou na graduação, não falta muito para terminar, já tenho meu tema de monografia e a linha que quero seguir na pós graduação, que com um pouco de esforço e inteligência vai ser mestrado em Linguística Aplicada, ate ai não vejo muita dificuldade, porque estudar o que se gosta e se identifica não é muito complicado.
Mas um questionamento ficou em mim: "Você não está estudando para ser professor?” Sim. “E porque não quer ensinar em escola pública?” Bom, para essa pergunta tenho muitas respostas, respostas ate com um alto teor de argumentação. Como por exemplo: "Porque não quero estudar quatro anos para ganhar menos de um salário mínimo para ensinar 20 horas semanais", "Porque em escola pública não temos o reconhecimento positivo do nosso trabalho, o que não nos ajuda a querer seguir", "Porque você não sente que faz a diferença, já que muitos colegas fazem questão de te atrapalhar, e nessa situação uma andorinha só não faz verão", "Porque a maioria dos alunos parecem que não tem família, e você acaba sendo tudo para eles, e isso é muita responsabilidade, pois o professor não pode ser o único responsável pela educação deste país", "Porque quase todos os alunos perderam o respeito pelos professores, e é difícil construir uma rede de conhecimento sem respeito", "porque não existe política governamental para a melhoria do reconhecimento intelectual e salarial do trabalho do professor que realmente funcione, ou pelo menos desconheço". Ótimo, tenho mais argumentos, mas esses bastam para a compreensão de todos nesse quesito.
Então, por que ser professor de universidade? Para mim, porque vou ter reconhecimento pelo o que faço, isso é o principal. Porque vou ganhar bem mais pelo meus serviços prestados a sociedade. Posso ser uma sonhadora, mas não sou néscia, e sei que dinheiro ajuda muito a nossa a vida, pois sou pobre e venho de família pobre, e inclusive se eu quiser ajudar a vida dos outros que me cercam, eu preciso de dinheiro. E é melhor ser um professor influente e com ideias promissoras, do que um professor pobre com estas mesmas ideias, assim a situação se torna menos complicada. Sendo professora de universidade pretendo elaborar projetos de pesquisas de como melhorar a condição do profissional de educação, para que daqui uns anos nossos futuros educadores, diferente de mim, não vejam problemas em ensinar seja onde for, desde que façam o que gostam - educar!
São ideias egoístas da minha parte, porém com embasamento sócio cultural, e além do mais a culpa não é minha, é de todos nós, e do nosso governo, que faz questão cada dia mais de reciclar cidadãos incapazes de pensar, refletir e atuar criticamente na sociedade. E Apesar da educação ser o principal meio para o progresso de uma cultura, não vai ser trabalhando “escravamente”, sem respeito, que vou fazer a diferença. Farei a diferença, quando me construir de maneira diferente, e o caminho é longo...

5 comentários:

  1. Bom, eu sinto que os professores de antigamente tinham uma influência positiva na sociedade, quando eu, por exemplo, conheço algum idoso, geralmente idosa que é professor, não atuante, claro, eu tenho uma certa admiração e é quase que involuntário mas eu não espero erros de ortografia, de expressão ou outros...
    E quando me deparo com os professores de hoje em dia, até incluindo alguns de faculdade, eu vejo que não há uma qualificação adequada, acho que com o passar do tempo essa profissão foi sendo desvalorizada completamente. A gente pode pegar como exemplo os professores de escolas de cidades do interior, que é onde eu vivo e onde tenho mais contato, e percebo que as vezes sequer tem uma graduação, isso é a realidade cotidiana do Brasil. Um país emergente e que se diz "O País do Futuro" desde décadas passadas, um futuro que nunca chega, mas todos no fundo se pararem um pouco pra pensar vão aceitar o fato de que, além da saúde, claro, o maior investimento deve ser feito na área da educação, talvez até antes da saúde, que já esperou tanto tempo...
    É um ciclo vicioso, onde as pessoas não têm incentivo para serem educadores, quando falamos de baixos salários, desrespeito (vejam que isso faz parte do ciclo) e tudo mais.
    Antigamente havia realmente uma disciplina, mas hoje em dia a sociedade que se diz tão protetora dos direitos humanos, na verdade está afundando a educação do país dizendo não à palmada e deixando que os jovens façam tudo com a desculpa de que são sem instrução...

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  2. Bom, eu sinto que os professores de antigamente tinham uma influência positiva na sociedade, quando eu, por exemplo, conheço algum idoso, geralmente idosa que é professor, não atuante, claro, eu tenho uma certa admiração e é quase que involuntário mas eu não espero erros de ortografia, de expressão ou outros...
    E quando me deparo com os professores de hoje em dia, até incluindo alguns de faculdade, eu vejo que não há uma qualificação adequada, acho que com o passar do tempo essa profissão foi sendo desvalorizada completamente. A gente pode pegar como exemplo os professores de escolas de cidades do interior, que é onde eu vivo e onde tenho mais contato, e percebo que as vezes sequer tem uma graduação, isso é a realidade cotidiana do Brasil. Um país emergente e que se diz "O País do Futuro" desde décadas passadas, um futuro que nunca chega, mas todos no fundo se pararem um pouco pra pensar vão aceitar o fato de que, além da saúde, claro, o maior investimento deve ser feito na área da educação, talvez até antes da saúde, que já esperou tanto tempo...
    É um ciclo vicioso, onde as pessoas não têm incentivo para serem educadores, quando falamos de baixos salários, desrespeito (vejam que isso faz parte do ciclo) e tudo mais.
    Antigamente havia realmente uma disciplina, mas hoje em dia a sociedade que se diz tão protetora dos direitos humanos, na verdade está afundando a educação do país dizendo não à palmada e deixando que os jovens façam tudo com a desculpa de que são sem instrução...

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  3. Achei o blog por acaso. Parabéns pela forma como você escreve, sou aluno de letras, e considero seu texto excelente, você tem um poder de sintetizar idéias como poucos.
    Agora serei leitor assíduo, e escreva sempre mais!

    Dennis

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  4. Poxa!!Muito legal!!Você está onde merece!!Saiu das trevas para a luz!!O CAMPUS V te sufocava!!Achei seu texto muito bom!!Continue escrevendo pra gente!! Sinto muito sua falta!!! Mas agora tenho como me manter conectada ao seu mundo e suas idéias!! Beijão
    Patrícia

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  5. Patita, seu comentário me emociona....simplesmente porque admiro muito, sua personalidade, sua criatividade....e é muito bom poder ter uma análise de uma pessoa como vc.
    Fique sempre perto de mim, viu?
    Um grande beijo

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