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domingo, 12 de maio de 2013

Poeticamente, eu também me encontrei, Elena!





Há algumas semanas eu tenho visto o trailer do filme brasileiro Elena. Ficava encantada com o texto, com a história e possível desfecho, ficava imaginando o que tinha acontecido com Elena, mas surpresa maior me causou perceber o que Elena fez comigo, de repente estava diante da tela do cinema extasiada com tanta beleza, doçura e poesia.  Elena é um documentário poético, artístico e vivo. É real. É inspirador. 
O enredo conta a história de uma menina que sonha viver de arte, que se não for para ser assim, prefere morrer. Ela, ainda jovem, decide ir para Nova York porque quer fazer cinema, volta meses depois, recebe uma carta de aceite para uma universidade americana e retorna, mas dessa vez com a mãe e sua irmãzinha, Petra. Petra Costa, que decide percorrer os seus passos, em todos os sentidos. Ela vira atriz e vai para Nova York, mesmo sua mãe dizendo que essas eram as únicas coisas que ela não poderia fazer na vida. Mas ela fez, ainda bem que ela fez!
Acredito que poucos, assim como dizia Diego Rivera com relação a Frida, tenham conseguido colocar tanta amargura poética numa tela, mas nesse caso numa tela de cinema. Petra conseguiu. De alguma maneira, o sentimento de Elena é compartilhado com nossa eterna dúvida do que é a vida. Ela nos convence de que se a vida não vale a pena, temos que morrer junto com ela, mas ironicamente, o documentário mostra o quão viver vale a pena, especialmente para apreciar a arte. No filme, Petra morre hipoteticamente  para ressurgir, re-significar sua existência, e ela consegue nos re-significar com sua poesia, com o tom doce de sua voz ao delatar cada passo transcorrido por Elena, existe poesia em tudo. E assim como Elena, que mesmo distante vira água, se desfazendo em gotas, desaparecendo, nós esboçamos no sorriso o refazimento do sentido da arte, da vida. É porque em algum momento arte e vida se confundem, você não consegue mais perceber a diferença entre uma coisa e outra.
A partir do momento que eu te conheci, Elena, eu me encontrei, poeticamente!


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